Ações em águas agitadas à medida que abundam notícias mistas

Depois de um mercado otimista ao longo de boa parte de 10 meses, acabámos por assistir ao início de uma correção, no início desta semana, com algumas ações em crescimento a deslizarem das suas elevadas altas recentes. Muitos esperam isso, há já algum tempo, dadas as avaliações injustificadamente astronómicas de algumas empresas, particularmente nos setores da tecnologia e EV. Enquanto esses tipos de ações foram mais atingidas pelos retrocessos, os declínios de segunda-feira foram, mais ou menos, sentidos globalmente… com uma exceção notável.

Venha voar comigo

Contrariamente à tendência dominante, os ciclos de longa duração, como a aviação e o lazer, têm sido cada vez mais fortes, com muitas companhias aéreas a crescerem entre 15 e 20%, nos últimos 7 dias. Isto é amplamente compreensível, à luz do êxito relativo da implementação mundial da vacina, o que parece sugerir que as férias de verão vão acontecer este ano, como de costume. Além disso, considerando o quão indevidamente suprimidas essas ações têm sido ao longo dos últimos 12 meses, é difícil imaginar como as mesmas poderiam descer mais. Com efeito, muitos analistas esperam que estes setores sofram uma redução significativa, quando os consumidores ficarem livres para por em prática toda a sua necessidade de serviços de viagem.

Tudo o que sobe deve descer

Conforme abordado acima, os maiores perdedores no início da semana foram, precisamente, as empresas cujas cotações das respetivas ações haviam explodido recentemente. A Tesla, por exemplo, continua a descer, quase 10%, desde a passada sexta-feira, e mais de 20%, a partir das suas altas do final de janeiro, mas isto é só metade da história. Apesar destas perdas recentes, a audaciosa fabricante de automóveis está, na verdade, a subir mais de 700% em relação às suas baixas devidas ao coronavírus. A Baidu, frequentemente designada como a Google Chinesa — é outra ação que diminuiu quase 20% relativamente à maior alta de todos os tempos, registada no mês passado. No entanto, mais uma vez, continua a ter um ganho, mais do que respeitável de 350%, relativamente à sua cotação mínima em março de 2020. Isto parece sugerir aquilo o que muitos já sentem: esta não é mais que uma pequena correção, a caminho de um crescimento ainda mais forte do futuro.

Não tema o rendimento

Na verdade, ao nível do índice, as perdas de segunda-feira foram praticamente anuladas aquando do fecho da negociação, na terça-feira, quando o Nasdaq terminou o dia acima de 13,500.00. Mas como é que as ações conseguiram inverter a maré tão rapidamente? É verdade: foi Powell quem as resgatou mais uma vez. O presidente da Fed conseguiu tranquilizar as preocupações dos investidores em matéria de inflação, e reiterou a posição de estímulo da autoridade reguladora dos EUA, confirmando que não retirariam o apoio económico durante algum tempo. Muitos tinham ficado preocupados com o facto de os elevados rendimentos das obrigações de curto prazo implicarem atualmente que um aumento da pressão dos preços estivesse ao virar da esquina, mas Powell garantiu aos mercados que se tratava de um indicador de confiança crescente na recuperação económica global, levando os investidores a “comprar na queda”.

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