A Bitcoin desceu mais de 50% quando o mercado de cripto sofreu um grande calafrio

As criptomoedas — e a Bitcoin, em particular — estiveram nas manchetes esta semana, por motivos errados. Para alguns investidores, a moeda digital original atingiu um nível baixo de $29.330 para registar um declínio de 55-57%, desde o seu ATH de $69.000 em novembro. Esse flerte com o seu principal suporte de $30.000 levou muitos analistas a sugerir que deveríamos estar a encenar todo um 'inverno cripto', com muito mais descidas futuras. De facto, em forma de bolha típica, já estamos a ver as altcoins a caírem como pedras, com a Terra LUNA a cair 97%, durante a noite (10-11 de maio). Ainda mais preocupante, parece que isto se espalhou até mesmo para o algorítmico de Terra, a stablecoin UST, que está atualmente a negociar em cerca de metade do seu valor, supostamente garantido, de $0,49.

Agora, esses desenvolvimentos levaram muitos a questionar o futuro de todo o mercado da criptomoeda ou, no mínimo, as suas perspetivas de curto prazo. Mas quais são as razões deste declínio repentino e quanto tempo é que se pode esperar que continue a persistir? Leia o que se segue, para saber as respostas a estas perguntas e muito mais.

Então, devíamos estar a preparar-nos para um longo inverno?

Falando sem rodeios, tudo se resume à sua definição de "longo". O aumento das taxas de juro do Banco Central e a instabilidade geral significam que o mundo está atualmente em risco, na sua grande maioria. E com o Fed aparentemente a subir o tom da sua retórica radical, poderão estar mais desvantagens por vir. Não é coincidência que o pico do Verão da Bitcoin em 2021 tenha atingido os $63.000, exactamente à medida que a curva dos rendimentos do Tesouro começou a achatar no contexto da normalização do regulador dos EUA, relativamente à política monetária do país. Desde então, o excesso do peso pesado tecnológico, Nasdaq, perdeu mais de 25% do seu valor global, com muitas das ações do índice, com pequena capitalização, a perderem mais de 80%. Com o Fed a preparar-se agora para um pico da taxa percentual cumulativa , ao longo dos próximos dois meses, é difícil prever um cenário no qual a cripto e as ações tecnológicas não incorram em perdas adicionais. A única questão que se mantém é se este é o fim da linha para as cripto ou se, — como muitas vezes no passado, — acabarão por renascer novamente das cinzas, mais fortes e mais resistentes do que nunca.

Luz ao fundo do túnel

Enquanto que, neste momento, as coisas poderão parecer sombrias, elas são sempre mais sombrias antes do amanhecer. Lembra-se do quão mau era, no início de 2018, quando a BTC corrigiu em 85%? A Bitcoin, finalmente, atingiu uma baixa de cerca de $3.100 em dezembro desse mesmo ano, mas agora vale quase dez vezes mais. Em algum momento, os especuladores serão expulsos do mercado, deixando apenas os utilizadores de criptos ativos e verdadeiros HODLers de longo prazo, lançando as bases para um crescimento estável e sustentável. Isto não quer dizer, obviamente, que todo projeto vá chegar ao outro lado. Se uma moeda do Top10, como a LUNA, pode perder 97% no espaço de apenas 24 horas, haverá, definitivamente, outras altcoins que não vão sobreviver. O cenário mais provável não é diferente da Bolha Dotcom do início da década de 2000, o que significa que podemos esperar um sangramento significativo e um abrandamento, de vários anos, no investimento de capital no espaço. No entanto, quando a próxima fase chegar, — e, com certeza, chegará — o crescimento será muito mais viável e duradouro, já que será impulsionado por fundamentos adequados e uma base leal de utilizadores.

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