Com as ações e as matérias-primas a dominarem as manchetes ultimamente, no meio do atual conflito comercial entre os EUA e a China, muitos desviaram os olhos do mercado das criptomoedas. Bitcoin parecia ter "perdido o gás" após a tomada de posse de Donald Trump, com uma queda de cerca de 30%, de $105.403 a 30 de janeiro para $75.004 a 9 de abril. Parecia que o banquete tinha finalmente terminado. No entanto, no espaço de apenas um mês, o BTC surpreendeu os analistas e apresentou uma recuperação de 47% para atingir uma nova máxima histórica de $111.691 no dia 21 de maio. Ao considerar a valorização de apenas 58% no valor da criptomoeda original durante os últimos 12 meses, foi um aumento impressionante em pouco mais de 30 dias.
Existem inúmeras justificações para a súbita subida, incluindo a persistência da inflação e a debilidade do dólar americano, assim como o otimismo em torno da resolução da guerra comercial entre a China e os EUA, e uma antecipada mudança na política monetária da Reserva Federal durante o verão. Ao longo deste artigo, vamos tentar ponderar todos os fatores que afetam o mercado das criptomoedas e tentar prever os seus movimentos durante a segunda metade do ano.
Um punhado de dólares
O enfraquecimento do dólar americano é cada vez mais palpável. Com uma desvalorização atual de 10% contra as suas principais concorrentes, o euro e a libra esterlina, o índice de referência do dólar americano quebrou negativamente a barreira dos 100,00 para registar um nível que não era observado desde abril de 2022. Embora a leitura da inflação nos EUA tenha apresentado um valor de 2,3% em abril, inferior às expetativas, grande parte dos americanos continuam preocupados com o potencial de aumento sobre os preços antes da expiração da moratória de 90 dias no verão, colocada sobre as várias tarifas anunciadas por Trump. O mais recente Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan demonstrou uma queda de 52,2 em abril para 50,8 em maio, refletindo a sua segunda leitura mais baixa na história. Para piorar a situação do dólar americano, no mesmo dia, a Moody's foi a última agência de rating de renome a reduzir o rating de crédito dos EUA de Aaa para Aa1. A retirada do rating máximo é extremamente significativa, uma vez que revela um consenso emergente de que a crescente dívida nacional já não é um mero risco abstrato, mas uma restrição estratégica sobre o poder e liderança dos EUA.
Considerando os severos problemas que afetam a principal moeda de reserva do mundo, sem surpresas, os investidores começaram a olhar para ativos de reserva de valor como o ouro e, cada vez mais, o Bitcoin. A combinação do seu número limitado de moedas em circulação e relativa facilidade de compra aumentou a popularidade do Bitcoin como ativo alternativo de reserva de valor, especialmente entre os investidores mais jovens. Enquanto permanecer presente o receio associado à inflação, e os investidores e empresas internacionais continuem a procurar por alternativas ao dólar americano, frequentemente favorecido como moeda comercial a nível internacional, a procura pelo Bitcoin como instrumento de cobertura e veículo de investimento irá certamente continuar a crescer.
Fora das nossas mãos
Também não é surpreendente que os fatores que ajudaram a valorizar as ações também tenham sido favoráveis para a classe de ativos com mais riscos associados: as criptomoedas. A possibilidade de uma mudança orgânica na política monetária da Reserva Federal, considerando a acrescida pressão colocada por Donald Trump sobre o presidente do banco central, Jerome Powell, aumentou a procura por ativos de risco em antecipação a um possível corte das taxas de juro em junho ou julho.
No entanto, parece que foi o próprio Powell a atenuar estas esperanças, esclarecendo que o banco central pretende certificar-se de que a inflação não sobe a longo prazo por influência das tarifas, antes de implementar novos cortes sobre as taxas de juro. No dia 20 de maio, a ferramenta FedWatch da CME demonstrou uma probabilidade de 71% para a Reserva Federal manter as taxas de juro inalteradas durante as próximas duas reuniões, representando uma diferença enorme em comparação às projeções do mês anterior, que indicavam uma possibilidade de 90% para uma redução das taxas em julho.
Felizmente para o Bitcoin, a incerteza também é um elemento favorável e ajuda a criptomoeda a manter a sua tendência bullish. Entretanto, as negociações comerciais entre a China e os EUA, iniciadas na última semana em Genebra, demonstram resultados promissores com o acordo de adiar as tarifas por um período de 90 dias. Isto surge enquanto a União Europeia apresenta uma nova proposta comercial aos EUA, para reacender as conversações com a administração de Donald Trump. A preparação do bloco comercial de $108 mil milhões em tarifas de retaliação, caso o resultado das conversações não seja positivo, demonstra o potencial risco económico para o comércio global num cenário sem novos acordos. Embora a celebração de novos pactos comerciais servisse certamente para revitalizar o investimento nas várias classes de ativos de risco, a incerteza provocada pela possível ausência de acordos negociados também pode beneficiar os ativos de reserva de valor, entre os quais podemos observar o Bitcoin a ganhar cada vez mais terreno.
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