As criptomoedas mereceram a sua reputação pela volatilidade registada no passado, mas até ao início deste novo ano, o Bitcoin e muitos outros projetos continuavam estáveis na escalada bullish mais longa de sempre. Desde janeiro de 2023 a janeiro de 2025, o Bitcoin registou uma valorização de 400%, acelerando desde a marca dos $17.000 até uma nova máxima histórica de $106.490 no final de dezembro do ano anterior. Todavia, desde então, os ativos digitais não conseguiram preservar o seu ímpeto e o BTC está atualmente (03/04) posicionado nos $83.566, mais de 20% abaixo da sua máxima.
Os motivos para a reversão são múltiplos: uma correção de mercado após dois anos de valorização, incerteza generalizada resultante de conflitos geopolíticos em várias partes do mundo, e instabilidade económica com uma iminente guerra comercial entre os EUA e as restantes nações. No entanto, enquanto começamos a observar alguns sinais promissores de reversão, os investidores não conseguem afirmar com firmeza que este será o retorno para um ciclo de crescimento. Ao longo deste artigo, vamos analisar os fatores positivos, a favor da revitalização do mercado cripto, assim como todos os outros que impedem o crescimento das moedas digitais a curto prazo.
Não há melhor hora que o presente
Analisando a história recente, muitas das condições do mercado são extremamente favoráveis para as criptomoedas. De facto, considerando que a maior parte das subidas foi registada entre 2022 e 2024, quando as taxas de juro subiram rapidamente, e o panorama legislativo dos EUA era praticamente um adversário das criptomoedas, os presentes fatores fundamentais para as moedas digitais sugerem um futuro brilhante para esta classe de ativos. Em contraste com os dias da SEC ao comando de Gary Gensler e a campanha regulamentar dos democratas, Trump prometeu tornar os EUA na "capital cripto do mundo". O novo presidente norte-americano comprometeu-se a desregulamentar o sector, criou um "Conselho Cripto" chefiado por Bo Hines, e assinou ordens executivas para iniciar uma Reserva Estratégica de Bitcoin e um "Stock de Ativos Digitais".
Na frente macroeconómica, tudo indica um cenário mais positivo para os ativos de risco em geral, e é provável que o segmento das criptomoedas seja o mais arriscado de todos. Após a valorização do Bitcoin e das principais altcoins durante um período de inflação severa e uma postura extremamente hawkish da Reserva Federal dos EUA, é sensato antecipar um ambiente ainda mais favorável para estes criptoativos à medida que a entidade reguladora a suaviza a sua política monetária. A ferramenta FedWatch da CME projeta um possível corte das taxas de juro em junho, e Jerome Powell promete pelo menos um corte adicional durante este ano. Entretanto, o Índice de Medo e Ganância também se deslocou para o segmento de "Medo Extremo", sugerindo que o pessimismo no mercado está no seu nível máximo. É uma posição que tende a preceder um movimento de alta forte e sustentável.
Instabilidade constante
Grande parte da preocupação em torno da futura trajetória de preço do Bitcoin depende do clima de incerteza que assombra o mundo. O conflito continua aceso na Europa e no Médio Oriente, e Donald Trump está preparado para iniciar uma guerra comercial em grande escala com as tarifas do "Dia da Libertação" impostas na quarta-feira, 2 de abril de 2025. Anthony Scaramucci, ex-diretor de comunicação da Casa Branca durante a primeira administração de Trump, sugeriu que a guerra comercial do novo presidente dizimou o mercado das criptomoedas, e que a recente escalada irá colocar o país num verdadeiro "pesadelo". Esta opinião é refletida por inúmeros analistas da imprensa.
No entanto, os dados concretos parecem contar uma história bastante diferente. Os ETFs spot de Bitcoin acabaram por terminar a sessão "no verde" antes do "Dia da Libertação". Os números da SoSoValue demonstram que os 12 ETFs de BTC à vista registaram uma entrada coletiva de capital de $220,76 milhões, interrompendo uma série três dias de queda. O receio associado às tarifas parece centrar-se no risco de aceleração da inflação, que poderia forçar a Reserva Federal a dar um passo atrás para uma política monetária mais hawkish. No entanto, é importante salientar que algumas das mais subidas do Bitcoin surgiram precisamente durante um período semelhante em 2022/2023. O contrapeso mais importante para o controlo da inflação é uma redução no valor do dólar americano (USD), a moeda tipicamente utilizada para cotar o BTC. Estas condições prejudicam o estatuto do dólar como ativo de refúgio, e impulsionam o valor do Bitcoin, quem tem um limite sobre o número de moedas emitidas. Como afirmou o diretor de investigação da Grayscale, Zach Pandl, "creio que as tarifas irão enfraquecer o papel dominante do dólar e criar espaço para a concorrência, incluindo Bitcoin".
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