O ouro não aparecia nas manchetes há bastante tempo. Teríamos que regressar a 2021, quando a inflação pós-pandemia atingiu o mundo com intensidade, e as poupanças dos consumidores começaram a evaporar-se. Mesmo nessa altura, o valor do ouro subiu apenas 10%, aumentando de $1800 em meados de 2021 para quase $2000 no início de 2022. Parte desta valorização foi ofuscada pela força do dólar, mas, geralmente, esta dinâmica é típica no comportamento do ouro.
Não é por acaso que apelidaram o metal amarelo como "reserva de valor". Os ganhos são lentos, mas estáveis, e raramente superam a inflação, mas oferecem um grau substancial de proteção contra as pressões externas exercidas sobre o dinheiro. Entretanto, como já é habitual, o ouro continua a ganhar terreno, na sua forma despretensiosa e discreta. Desde 29 de maio, o seu preço situa-se num patamar bastante confortável de $2350, praticamente 50% acima da sua mínima de 2022 nos $1644 por onça Troy. Este é sem dúvida um grande passo para o ouro e alguns analistas sugerem que é apenas um indício do que está para vir.
Entre a incerteza nas políticas monetárias dos bancos centrais, o cenário macroeconómico e a escalada da instabilidade geopolítica em várias regiões do mundo, já existe uma base sólida para um novo "superciclo" dos metais preciosos. Neste contexto e com o caminho aberto para uma maior afluência de capital no mercado do ouro e da prata, vamos analisar alguns dos fatores específicos que irão provavelmente guiar estas commodities durante os próximos meses (ou até anos).
A acumular reservas
Analisando a relação entre bancos centrais e metais preciosos, a maioria considera que as políticas monetárias são a principal influência sobre os preços. Embora sejam, definitivamente, um dos principais fatores que movimentam os mercados, o impacto das decisões dos principais reguladores estende-se muito além das taxas de juros. Como defensores das suas respetivas moedas fiduciárias, os bancos centrais requerem reservas substanciais e são, portanto, os maiores detentores de ouro.
Presentemente, os bancos continuam a comprar ativamente quantidades abundantes do metal amarelo, e os analistas da UBS preveem um novo recorde de compras durante este ano. O maior banco suíço antecipa que as reservas oficiais de ouro irão crescer entre 950 e 1000 toneladas este ano, enquanto os dados do Conselho Mundial do Ouro demonstram que o número aumentou em mais de 1000 toneladas em cada um dos últimos dois anos. Segundo a UBS, o Banco Popular da China continuará a dominar o mercado do ouro, tentando promover a confiança no yuan como moeda global de comércio, rivalizando o dólar.
Na verdade, um dos principais motivos pelos quais os reguladores globais, particularmente na Ásia, compram ouro em tamanhas quantidades, é para reduzir a sua dependência do dólar americano como a moeda de reserva mundial. Os eventos dos últimos anos, incluindo o congelamento e apropriação de ativos em resposta às sanções, foram uma mensagem para várias nações emergentes, indicando que não é sensato "apostar todas as fichas" em ativos politicamente sensíveis, sendo mais seguro investir no ouro.
Tempo de mudança
Todos sabemos que o ouro é um ativo de refúgio, favorito entre investidores que preferem rendimentos fixos sem exposição a níveis elevados de risco. No recente clima com taxas de juro superiores à inflação, as obrigações do tesouro tornaram-se cada vez mais atrativas. Seria necessário regressar 20 anos para encontrar T-notes a 2 anos (tesouro dos EUA) com uma rendibilidade tão próxima dos 5%. Apesar da enorme concorrência, o ouro conseguiu obter aumentos sólidos entre 2023 e 2024. No entanto, com perspetivas de cortes sobre os juros este ano, é possível que a sua trajetória ascendente esteja apenas no início.
Segundo a ferramenta FedWatch da CME, os mercados esperam que a Reserva Federal mantenha a taxa de juro inalterada durante o verão, com uma probabilidade de 50% para uma redução em setembro. A inflação permanece acima da meta, portanto, o interesse por alternativas de baixo risco e formas de preservação de capital em contas poupança continua elevado, e com as taxas de juro menores (e por extensão, menores rendimentos nas obrigações do tesouro), o ouro irá certamente tornar-se o campeão incontestável. De facto, os analistas da UBS declararam que a redução das taxas de juro irá diminuir o "custo de oportunidade" do metal precioso e atrair investidores ocidentais para ETFs baseados no ouro, designando a futura flexibilização monetária como o "principal catalisador" para o ouro, e a base para a sua previsão a 12 meses com o ouro a valer $2700 em junho de 2025.
Além disso, a incerteza geopolítica é incessante e cada vez mais profunda, e estes cenários sempre foram favoráveis para o valor do ouro. A Europa de Leste continua instável, as relações entre Israel e Irão deterioram-se a cada dia, e a tensão comercial entre a China e os EUA continua a intensificar-se. Depois, temos as próximas eleições presidenciais nos EUA, com um grau de incerteza sem precedentes na história recente do país. Todos os fatores mencionados irão provavelmente ajudar o ouro a cimentar o seu valor acima do nível de resistência de $2500.
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