O período pós-pandemia foi uma corrida de altos e baixos para o mercado de ações estadunidense. No entanto, desde o início de 2023, S&P 500 e Nasdaq 100 apresentam um percurso de crescimento estável e consistente. Desde janeiro de 2023, ambos os índices fundamentais para os EUA registaram uma subida de 38% e 69%, respetivamente. É um progresso excelente, à primeira vista, mas quando olhamos para o quadro geral de 2024, a imagem é ligeiramente preocupante. Desde janeiro de 2024, S&P 500 e Nasdaq 100 tiveram um crescimento de apenas 11% e 12%, respetivamente. Obviamente, não podemos esperar que o mercado suba constantemente sem qualquer correção. No entanto, analisando o contexto macroeconómico, existem vários motivos de preocupação.
Aparentemente, os investidores estão a abandonar gradualmente o mercado, devido a fatores como desaceleração do crescimento económico, fragilidade do mercado de trabalho e aumento da inflação de base. A combinação destes fenómenos é tipicamente reconhecida como cenário de "estagflação", historicamente desfavorável para as ações. Adicionalmente, as previsões para as próximas demonstrações de resultados das empresas não indicam números extraordinários, e a incerteza global continua a crescer, incluindo uma eleição presidencial extremamente imprevisível nos EUA em novembro. Mas, o que significa isto para os preços das ações estadunidenses até ao final do ano, e quais são os principais fatores que os investidores devem acompanhar no terceiro trimestre?
FED na sala de espera
Durante o quarto trimestre de 2023, quando a inflação estava próxima da meta de 2% da Reserva Federal, começaram a emergir várias conversas sobre múltiplos cortes nas taxas de juro durante 2024. Até mesmo Jerome Powell chegou a sugerir essa possibilidade nas suas declarações após as primeiras reuniões de 2024. O resultado foi o crescimento vigoroso e consistente de S&P 500 e Nasdaq 100, que atingiram os seus pontos mais elevados no final de março, próximos dos seus níveis atuais. Gradualmente, tornou-se evidente que a Reserva Federal sobrevalorizou os efeitos da sua política monetária, resultando na queda acentuada de mais de 5% no início de abril.
O declínio ocorreu porque o mercado já ponderara os preços as várias reduções da taxa de juro, antecipando o início do ciclo de cortes em maio. À medida que esta data continua a ser adiada, o mercado não consegue absorver força suficiente para atingir novos patamares. O esmagador consenso nos mercados de rendimento fixo aponta para um corte inicial apenas em setembro. No entanto, se esta primeira redução não se materializar e a data for novamente adiada, podemos antecipar uma nova onda de quedas nas cotações das ações americanas. Alguns dados sugerem que existe uma probabilidade de 15% para zero cortes em 2024. É sensato permanecermos atentos a quaisquer sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho nas próximas reuniões do FOMC, considerando que Powell afirmou várias vezes que este é o principal fator de influência sobre a possibilidade de baixar a taxa de juro.
Confiança abalada
Apesar da resistência do mercado de trabalho e força geral da economia americana, a confiança dos consumidores continua a diminuir silenciosamente mês após mês. Na verdade, os dados referentes ao mês de abril revelam que este indicador atingiu o seu nível mais baixo desde julho de 2022, quando a inflação alcançou os dois dígitos. Após a publicação dos dados, a economista-chefe da organização The Conference Board, Dana M. Peterson, afirmou que "os consumidores estão mais pessimistas sobre a situação atual do mercado de trabalho, preocupados com as futuras condições para os negócios, disponibilidade de emprego e salários". Em simultâneo, um relatório da GlobalData revelou que 51,5% dos consumidores americanos tenciona diminuir as suas despesas supérfluas durante os restantes meses de 2024. De facto, mais de 34,1% dos consumidores recorreram à compra de vestuário em segunda mão durante este ano.
Obviamente, estes números não são desastrosos, mas apresentam um risco para as receitas empresariais durante o segundo trimestre e o futuro próximo, considerando que os resultados atuais já ficaram aquém das expectativas. No entanto, Peterson concluiu que "apesar da queda no valor geral do índice em abril, desde meados de 2022, o otimismo sobre a situação atual continua a atenuar as preocupações sobre o futuro". De qualquer forma, qualquer sinal de declínio nas chamadas “Sete Magníficas” do mercado de ações, como a Nvidia, Apple ou Tesla — responsáveis pela maior parte do crescimento dos índices principais durante este ano — pode despoletar o êxodo de capital de Main Street (investidores individuais) e Wall Street (investidores profissionais). Como barómetro da saúde financeira empresarial dos EUA, caso as empresas não consigam satisfazer as expectativas nos seus resultados financeiros ou apresentem qualquer tipo de instabilidade na sua liderança, é extremamente provável que a cotação das suas ações individuais sofra um golpe, provocando um efeito dominó negativo no S&P 500 e Nasdaq 100.
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