Com toda a agitação em torno das próximas eleições presidenciais dos EUA e a antecipada mudança de política monetária pela Reserva Federal, é fácil esquecermos a segunda maior economia mundial, a China. Enquanto tudo isso acontece, a potência asiática tem tentado resolver gradualmente os seus problemas económicos pós-pandemia. Embora a inflação se tenha mantido relativamente estável devido ao modelo de economia planificada do país, a China tem-se esforçado por regressar ao seu nível de crescimento do PIB superior a 6% registado em 2019. De acordo com os últimos números, a economia chinesa cresceu 4,7% no segundo trimestre de 2024, um valor razoável, embora aquém dos 5,1% previstos pela Reuters, e inferior ao crescimento de 5,3% registado no primeiro trimestre. As vendas a retalho de junho também ficaram aquém do esperado, crescendo 2% em termos anuais, contra as projeções de 3,3%. Em consequência, o Hang Seng de Hong Kong registou uma descida de 1,73%.
No entanto, nem tudo é negativo. As ações das grandes empresas chinesas de tecnologia continuam com uma cotação excecional, apresentando indicadores fundamentais sólidos de recuperação contínua. Adicionalmente, o verdadeiro "bicho-papão" para a economia chinesa - a queda do mercado imobiliário - mostrou sinais de revitalização em cidades de primeiro e segundo nível. Se os números do PIB puderem ser melhorados até ao final do ano, as perspetivas serão extremamente positivas. Então, o que significa isto para os investidores em ações, e quais serão os principais fatores a mover os ativos chineses no resto de 2024?
Vamos falar de valor
Mesmo esquecendo os principais indicadores económicos e o contexto alargado do mercado de ações na China, um aspeto que chama a atenção de qualquer acionista é o valor extremo atualmente disponível nas ações blue chip chinesas. O Alibaba, por exemplo, o gigante do comércio digital e computação em nuvem, está atualmente (18/07) a um preço praticamente irresistível de $77,04 - uma mínima de oito anos, que representa uma relação preço/lucro (P/E) de 17,8. Já para não falar que a empresa oferece dividendos extremamente generosos de 2,6%. O preço atual de HK$ 370,40 da Tencent, proprietária do WeChat, é apenas um mínimo de cinco anos em comparação, mas o seu P/E de 25 e o rendimento de dividendos de 0,92% também não devem ser ignorados no contexto das aões de crescimento. No entanto, é o Baidu que oferece a melhor proposta em valor. A $91,09, as ações do ADR estão no seu nível mais baixo desde 2013 e apresentam uma relação preço/lucro (P/E) de apenas 12,19. E embora seja sempre aconselhável ser prudente com ativos de valor, falamos de uma das maiores empresas de tecnologia na segunda maior economia mundial. Agora que os ventos contrários da regulamentação mais rigorosa e da legislação antitrust do PCC começam a abrandar, e que estas potências chinesas estão a cimentar a sua posição nos mercados mundiais em desenvolvimento, tanto no Sudeste Asiático como em África, podemos estar prestes a assistir a um ciclo de expansão. Na verdade, o índice FTSE China A50 apresenta uma cotação atual de 12.302,80 - uma queda de 40% desde a sua máxima histórica de 2021. É significativamente superior à média de -33,38% de queda, e mais do dobro da média de 1,4 anos de duração da queda, o que significa que devemos ver um ciclo de alta.
A macroeconomia é uma estupidez?
Além das condições de mercado acima referidas, há fatores macroeconómicos de maior alcance em jogo no mercado bolsista chinês. Quem acompanha a China recorda certamente a crise do mercado imobiliário de 2021, desencadeada pelo colapso do Evergrande Bank. Foi apelidado de "2008 chinês", e o resultado foi devastador para investidores comuns e para os mercados de capitais do país. Compreensivelmente, o pânico instaurou-se entre a população, com aversão a qualquer tipo de investimento, tais foram as perdas inesperadas na classe de ativos tipicamente considerada "à prova de bala". Consequentemente, os instrumentos financeiros de alto risco como as ações foram decididamente excluídos da mente dos investidores. No entanto, os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística sugerem uma recuperação eminente nas cidades de primeiro e segundo nível, considerando que o número de vendas aumentou em 3,6% desde abril. Entretanto, os números da Global Times revelaram que praticamente 60% das maiores 100 construtoras registaram um aumento mensal no valor dos seus imóveis em junho. Não é por acaso que o último ATH no Índice A50 foi em 2021, e é razoável sugerir que, quando os preços da habitação recuperarem, veremos provavelmente um influxo de capital recém-libertado para ativos mais arriscados, como as ações. Apesar do recente fracasso do PIB, as previsões indicam um crescimento entre 0,1 e 0,3 pontos percentuais durante este ano, com uma previsão de crescimento médio do PIB atualmente nos 4,9%. Com a materialização destas expetativas, podemos esperar um aumento no volume de investimentos estrangeiros, que será suportado pelas excelentes propostas de valor disponíveis no mercado de ações chinês. Finalmente, a política do PCC também deverá impulsionar a procura interna por ações de empresas nacionais, por influência da compra governamental ativa de ações do continente.
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