Os últimos anos foram uma autêntica montanha-russa para traders e investidores. Desde a pandemia global de 2020, vimos colapsos, bolhas e tudo o resto. Desde o início deste ano, as bolsas de valores parecem prontas para um novo ciclo de subidas. Mas após o que aconteceu no último trimestre de 2021, as pessoas estão compreensivelmente relutantes em arriscar novamente o seu dinheiro. Com a inflação ainda bem acima da percentagem alvo, e com a situação geopolítica a oscilar no fio da navalha, é impossível afirmar com certeza de que já estivemos no fundo.
Uma volatilidade tão galopante como observámos recentemente não poderia passar sem deixar cicatrizes psicológicas, até mesmo no mais estoico dos participantes do mercado, e seriam necessários nervos de aço para tentar prever o mercado durante um período como este. Mas apesar de tudo, são os traders e investidores comuns que movem o mercado e compreendem o que é o "groupthink", ou pensamento coletivo, que pode ser decisivo para ganhar dinheiro em condições turbulentas como esta. Tendo isto em conta, hoje vamos analisar alguns dos indicadores mais populares para medir o sentimento dos traders, e compreender como se combinam com os fatores fundamentais existentes para direcionar a trajetória futura das bolsas de valores em todo o mundo.
Medo e necessidade, ou egoísmo e ganância?
Talvez um dos indicadores mais populares de sentimento do mercado — que recebeu o nome de uma famosa citação de Warren Buffet — é o Fear and Greed Index (Índice de Medo e Ganância). Inicialmente desenvolvido pelo CNN Money, o seu propósito é determinar se os investidores estão demasiado bullish ou bearish sobre os principais índices de valores dos EUA. A escala varia entre 0 (medo extremo) e 100 (ganância extrema) e este valor é calculado através de sete fatores: Força do preço das ações, amplitude do preço das ações, movimentos do mercado (momentum), opções de compra e venda, demanda por um "porto seguro", demanda por títulos indesejados e volatilidade do mercado. O nível atual do índice é 69, só 10% inferior ao seu nível máximo em 12 meses de 76, sugerindo níveis relativamente elevados de ganância.
Durante grande parte dos últimos 18 meses, no entanto, o indicador tem oscilado descontroladamente entre medo extremo e poucos pontos atrás da leitura atual, como resultado dos apertos da FED, inflação e instabilidade geopolítica. O seu amplo alcance faz do Índice de Medo e Ganância um ótimo barómetro para o pensamento geral do mercado, mas deve ser combinado com outras ferramentas de análise, assim como princípios não técnicos, para obtermos um guia útil. E desta vez não é diferente. Em última análise, serão os bancos centrais mundiais a decidir se vai emergir um novo ciclo de altas. Caso mantenham a postura agressiva e continuem a aumentar as taxas de juro acima do valor final sugerido entre 5,0-5,75%, a probabilidade de um aumento contínuo e sustentável será significativamente menor.
Valorize o VIX
O VIX, ou índice de volatilidade, foi criado pela Chicago Board of Options Exchange para acompanhar a volatilidade implícita de opções do S&P 500. Basicamente, quando o VIX é baixo, a volatilidade é baixa, e quando o VIX é alto, a volatilidade é elevada. Considerar o VIX como o inverso do S&P 500 é a forma mais simples de compreender o índice. Por essa razão, os traders acreditam que: "Quando o VIX está alto, está na altura de comprar (ações normais). Quando o VIX está baixo, fiquem atentos!" O VIX permite-nos obter uma análise detalhada sobre a psicologia dos grandes market movers (forças que movem os mercados). Uma vez que estas entidades são incapazes de vender todas as suas posições quando sentem transformações nos mercados, decidem comprar opções para compensar as perdas.
Como o VIX indica essencialmente os tipos de opções que as principais instituições estão a comprar, permite-nos antecipar grandes movimentos negativos. O indicador tem permanecido abaixo do seu nível chave de 20 durante a última semana, e a análise técnica sugere que é necessário aguardar até ao final de março, pelo menos, para regressarmos ao valor máximo registado em janeiro de 2022.
No entanto, existem determinados participantes do mercado que aguardam por oscilações mais significativas a médio prazo. O famoso trader de opções "50 Cent" regressou ao mercado na semana passada, com uma aquisição de 100.000 contratos de compra a 50 cêntimos cada, num total de $5 milhões, e novamente mais 50.000 contratos idênticos no valor de $2,6 milhões, no dia seguinte. Independentemente de quem seja este misterioso investidor, está a prever uma subida no VIX para um valor superior a 50 em maio. Com o atual conflito na Europa e a incerteza geral na economia global, existem certamente vários fatores potenciais para uma eventualidade semelhante, mas os traders serão obrigados a utilizar a análise técnica e análise fundamental para obterem informações concretas e úteis.
A importância dos princípios básicos
Por muito que os fanáticos pela análise técnica tentem convencer do contrário, os princípios básicos são absolutamente essenciais para a psicologia do trader. Especialmente enquanto o mercado das ações fica cada vez mais saturado com traders e investidores não profissionais — muitos dos quais retiram as suas conclusões exclusivamente de notícias e fatores emocionais — os efeitos de desenvolvimentos económicos gerais no mercado de valores tornam-se cada vez mais pronunciados. E apesar do aumento médio de 10% nos principais índices dos EUA desde o início do ano, existem múltiplos fatores fundamentais que terão maior peso na possibilidade de um novo ciclo bullish.
Primeiro, existe a Reserva Federal e a sua posição impetuosa. As taxas de juro aumentaram 450 pontos base só no último ano, e a inflação continua acima da meta. Se não virmos a inflação abaixo dos 4% quando Powell alcançar a percentagem terminal de 5,25-5,75% que foi proposta para as taxas, será difícil justificar o aumento do apetite pelo risco. Os índices PMI dos EUA e Europa também estão abaixo do mágico número 50, aumentando a vulnerabilidade dos lucros das empresas. Se os relatórios do primeiro trimestre não apresentarem os resultados desejados, será difícil observarmos subidas significativas nas cotações das ações, especialmente durante um ciclo de "aperto". No entanto, nos últimos meses, existem dados que apontam para um forte mercado de trabalho nos EUA, representando um fator bastante positivo para as ações de empresas do país. Após adicionar 517.000 novos postos de trabalho em janeiro, a taxa de emprego nos EUA continua a expandir-se, apesar dos substanciais aumentos nos preços das energias — um fator que pode suavizar a queda caso ocorra uma correção nas ações. Essencialmente, a incerteza continua no ar, e os traders devem retirar as suas conclusões através de uma combinação de indicadores de volatilidade e desenvolvimentos fundamentais para obterem os melhores resultados durante este ano.
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