Após mais de um ano de aumentos das taxas de juro e o ajuste para uma política monetária mais agressiva, não apenas da Reserva Federal, mas de vários bancos centrais em todo o mundo, bastantes investidores de risco perderam a esperança. As taxas de juro subiram das suas mínimas históricas na casa dos 0,08% em fevereiro de 2022, para mais de 5,3% em julho deste ano. Esta política foi essencialmente reproduzida pelo Banco de Inglaterra e o Banco da Reserva da Nova Zelândia, mas o Banco Central Europeu e o Banco da Reserva da Austrália ficaram ligeiramente atrás nos 4,5%. Pode não parecer muito, mas o efeito de arrastamento para qualquer pessoa com dívidas - desde os detentores de hipotecas até às pessoas com prestações do carro - tem sido devastador. No entanto, para os investidores de rendimento fixo e para pessoas com poupanças, as taxas relativamente mais elevadas foram um benefício bem-vindo, especialmente após a pressão sobre os preços ter sido relativamente controlada.
Mas agora que a inflação está perto do objetivo dourado de 2%, com 3,1% nos EUA e 2,4% na UE (segundo números de novembro), parece que a Reserva Federal e o BCE preparam-se finalmente para mudar de rumo. Este facto levou muitos dos mais empenhados defensores de Wall Street a admitir que podem ter sido um pouco precipitados nos seus prognósticos pessimistas para as ações, que, contraintuitivamente, têm subido de forma constante ao longo deste ciclo de subida das taxas. O que isto significa para as ações e para os ativos sem risco, como as obrigações do Tesouro e os metais preciosos, em 2024? Neste artigo, iremos explorar as prováveis implicações de uma política monetária mais branda dos bancos centrais sobre estas principais classes de ativos.
Gestão de "stocks"
Após uma queda em massa na sequência da bolha provocada pelo COVID, as ações dos EUA começaram a recuperar terreno desde o início de 2023. Isto ocorreu apesar das previsões deprimentes de entidades como a Morgan Stanley e Piper Sandler and Co., sugerindo que as taxas de juro mais elevadas poderiam empurrar a economia dos EUA para um período de recessão. Desde o começo do ano, os índices Dow Jones IA, S&P 500 e Nasdaq 100 subiram 13%, 24% e uns impressionantes 54%, respetivamente. Embora as taxas de juro já tivessem alcançado a casa dos 4% quando a "corrida dos touros" começou, o ritmo dos aumentos abrandou significativamente durante a primeira metade de 2023, e os incrementos foram reduzidos de 0,5% para 0,25%.
Está comprovado que o mercado das ações tende a influenciar os dados económicos reais, e que o "dinheiro inteligente" conseguiu prever o final do ciclo de aumentos da Reserva Federal em julho. Após as declarações que Powell apresentou na semana passada, confirmando que as subidas das taxas de juro terminaram, e insinuando até potenciais cortes para o próximo ano, os estrategas de Wall Street tornaram-se bastante mais otimistas em relação às ações para 2024. Nomes de peso, incluindo o Bank of America, Deutsche Bank AG e BMO Capital Markets, preveem que o S&P 500 irá atingir ou ultrapassar os 5.000. A Goldman Sachs chegou a emendar a sua previsão apenas um mês após a sua publicação, prevendo que o S&P 500 irá subir novamente 9% até ao final do ano, alcançando os 5.100.
Parece que já não existem dúvidas de que o mercado de ações irá crescer, e a questão agora é "quanto?". Para os investidores, será sensato acompanhar atentamente as reuniões da Reserva Federal nos próximos meses para ficar a conhecer quaisquer mudanças implementadas pela entidade reguladora.
Rendimento "não tão fixo"
Durante 15 anos até à data, os ativos de rendimento fixo como T-bills (obrigações do tesouro dos EUA), títulos de dívida ou outros ativos líquidos, têm apresentado retornos surpreendentemente baixos. Obviamente, o motivo está relacionado com as taxas de juro extremamente baixas dos bancos centrais, introduzidas após a Grande Crise Financeira de 2008. Após a série de rápidos aumentos das taxas de juro da Reserva Federal iniciadas após o colapso do Silicon Valley Bank, um benefício inesperado do recente abrandamento económico foi o aumento superior a 5% sobre o rendimento das obrigações do tesouro a 3 e 6 meses, desde março de 2023. Os títulos de dívida das empresas também mantiveram um nível semelhante durante grande parte do ano. E embora a inflação continue a "roubar" uma grande fatia dos ganhos que os investidores poderiam obter com este tipo de ativos no mundo real, esperava-se, uma vez que a inflação continua a aproximar-se da meta de 2%, que existisse uma oportunidade ideal para os investidores mais conservadores conseguirem registar alguns lucros.
Infelizmente, a recente retórica de Powell sugere que estas atípicas condições favoráveis nos ativos de rendimento fixo serão provavelmente pouco duradouras. O regulador dos EUA pretende garantir uma "aterragem suave" para a economia, mas alguns economistas já alertaram para a possibilidade de ocorrer o oposto, caso a transição para uma política monetária mais branda seja demasiado abrupta. O economista-chefe da Apollo Global Management, Torsten Slok, alertou num artigo recente que "a crescente necessidade de empréstimo do tesouro dos EUA, a suavização da política de controlo da curva de rendimentos do Japão, redução no volume de compras e escassez nos inventários dos títulos de dívida dos EUA detidos pela China" podem provocar a necessidade de regressar a uma política mais agressiva para o próximo ano.
Por enquanto, parece que a melhor forma de lidar com a mudança de narrativa da Reserva Federal é investir em títulos de dívida com maturidade mais curta (tais como títulos a 3 e 6 meses) que continuam a oferecer um rendimento sólido superior a 4%. Considerando que a situação ainda é bastante dinâmica, os investidores devem manter-se vigilantes.
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